A divulgação científica possui um papel fundamental, entre elas, a melhoria da educação. Entre seus objetivos está a tradução de dados de pesquisas científicas que possuem uma linguagem especializada, para uma mais leiga, estimulando a curiosidade da comunidade pela ciência e motivando-a na participação de decisões importantes. As atividades do GAIA desenvolvem-se no litoral do Paraná, região dotada de uma das maiores áreas contínua de Floresta Atlântica do Brasil, um dos hotspot do planeta. Contudo, o resultado histórico de ocupação da região evidenciou problemas socioambientais graves, traduzida pelo baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), um dos mais baixos do Estado. Apesar dos ecossistemas florestais pouco impactados, o litoral do Paraná apresenta problemas com uso de agrotóxicos nas áreas rurais, reflorestamentos de exóticas, extrativismo desenfreado, tráfico de animais silvestres, conflitos sociais no entorno de unidades de conservação e etc. Para isso, utiliza o teatro animado de bonecos que, composto por práticas lúdicas, além de prazeroso, auxilia no desenvolvimento intelectual dos ouvintes. Mas parte-se da concepção de que não é somente com a abordagem racional que se busca a conscientização para a preservação ambiental. Uma dimensão mais ampla que a racional é a dimensão emocional, que sustenta as diversas decisões e comportamentos das pessoas. Para ativar e proporcionar estes campos na psique pessoal de maneira consciente, os bonecos trabalham a fantasia e o imaginário, utilizando de linguagens simbólicas e representativas, onde até mesmo o místico pode ser trabalhado sem preconceitos pré- concebidos. O teatro de bonecos confere características harmônicas, dotadas de diversidade lingüística que são responsáveis por múltiplos estímulos ao público. Cada peça estruturada é tratada com um projeto e desenvolve-se com o apoio do Laboratório Móvel de Educação Científica a partir das diversas linhas de ação que o constituem. Já foram desenvolvidas três peças teatrais: a primeira sobre a invasão do caramujo africano, sobre o impacto do lixo nas tartarugas e sobre o big-bang. Atualmente, junto a escolas públicas da região em parceria com a linha do Meliponário Didático-Científico, o GAIA está criando a peça: “O Sumiço da Mandaçaia”, que propõe difundir e popularizar o conhecimento das abelhas indígenas sem ferrão, sua importância e os impactos antrópicos em relação a espécie e ao ambiente. Serão realizadas apresentações teatrais em diversos espaços, como eventos em escolas, na universidade, ou a partir de demandas previamente agendadas.
Autores: Juliana Melchiori de Oliveira Couto, Elizangela Sarraff, Renato Bochicchio, Antonio Luis Serbena,